quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Minha Entrevista

Entrevista com Dalma Ribas | Dossiê Boca do Lixo

Dalma Ribas é uma máquina. Atriz de grandes recursos, brilhou na televisão, no teatro e, principalmente, no cinema. Tem no currículo dezenas de filmes, milhares de fãs e uma trajetória que a coloca no mais alto pináculo da glória.
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Você nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais. O que te trouxe a São Paulo?
Na verdade eu fui visitar parentes em Porto Alegre e lá conheci um dançarino chamado Tito Silzan que me chamou para ir para o Rio de Janeiro com ele. Como sempre tive o desejo de seguir carreira artística aceitei imediatamente, não pensei em nada e nem nas consequências, praticamente fugi porque meu pai não aceitava, mas fui assim mesmo. Lá formamos uma dupla e começamos a nos apresentar em casas noturnas, uma delas no posto 6, eu tinha então dezoito anos. Foi no Rio de Janeiro que tudo começou, mais tarde, com a carreira acontecendo, foi que cheguei em São Paulo. O que me trouxe a São Paulo foi a TV Tupi, quando fui convidada pelo cineasta Francisco Cavalcanti para atuar no cinema da Boca em 1977 no filme “As Mulheres do Sexo Violento”. Mais não fiz por causa da minha agenda no Rio de Janeiro, depois ele também me chamou em 1978 para fazer o filme “O Porão das Condenadas”, e também não consegui fazer porque estava filmando no Rio.
Foi no teatro de revista que você iniciou a sua trajetória artística. Fale a respeito da peça “Madureira de Pernas pro Ar”, sua estreia, que tinha direção do Manoel de Nóbrega e Arthur Farias.
Fui parar no teatro de revista por convite do próprio Manoel da Nóbrega que me viu dançando de pernas de fora e prontamente tratou de ir no camarim após o fim do show e me convenceu a aceitar seu convite para estrelar uma peça estilo vedete. Eu quase não acreditei, mesmo querendo muito ser atriz, não acreditava o que estava acontecendo comigo, ele já era um grande nome no cenário artístico. Era uma peça com esquetes, uma comédia musical.
No dia fiquei nervosa, estava vestida com aquelas roupas lindas que as grandes vedetes usavam, tremia toda e a casa cheia. Não havia cenário, era a roupa que dava o tcham e os diálogos eram estilo chanchada. Eu dançava, fazia caras e bocas, do tipo ingênua e interpretava ao lado do Carvalhinho que já era um comediante nato. Também não tive muito tempo para me preparar, não era como é hoje, ensaios e mais ensaios, era tudo praticamente no improviso. Ele me deu um roteiro eu li, passávamos algumas vezes e em cima dele improvisávamos. Deu certo, a peça foi sucesso.
Foi o Maurício Sherman, então na TV Excelsior, que te levou para a televisão? Como foi isso?
Foi. Com o sucesso da peça no Teatro Rival na Cinelândia e a repercussão nos jornais e revistas, ele foi assistir e me procurou, assim como aconteceu com o Manoel de Nóbrega. Foi tudo muito rápido. Quando vi eu já estava dentro da televisão e lá fui recebida por grandes nomes. Fazia um programa chamado “O Povo Comanda o Show”, com direção de César de Alencar, era assistente de palco. Aí o Maurício Sherman me convidou para integrar o elenco fixo dos humorísticos da casa, e não parei mais.
O Maurício Sherman não só me levou para a TV, como também me dirigiu. Na TV Excelsior, fazíamos os programas ao vivo. Com a Wilza Carla, anos mais tarde, voltei a trabalhar no filme infantil “Padre Pedro e a Revolta das Crianças” do Francisco Cavalcanti, onde a estrela era a Wilza Carla ao lado do Pedro de Lara e do Augusto Liberato, o Gugu. Neste filme eu fiz uma participação. Nos encontramos sem ressentimentos.
Quando fui convidada para fazer novela pelo produtor de elenco Edson Fecchio da TVS, em 1981, era para atuar na novela “Meus Filhos Minha Vida” iria atuar no elenco onde estava a Helena Ramos. A emissora sabia que ela atuava nos filmes da pornochanchada e ela já era da casa, então não sentiu preconceito. Só não fiz este trabalho por causa do meu ex-marido, que não me passou o recado do produtor, e aí eu perdi a oportunidade. Ele me procurou mais de uma vez.
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Na TV Excelsior você atuou nos humorísticos e só saiu de lá em razão da falência da emissora. O que significa a Excelsior na sua vida?
Eu atuei nos humorísticos “Condomínio da Alegria”, “Escolinha do Gastão Renné” e no “Balança mas Não Cai” ao lado do Costinha, com direção do Paulo Celestino e do Mauricio Sherman, onde aprendi muito com eles.
A TV Excelsior foi um marco na minha vida. Lá conheci grandes comediantes como Costinha, Carvalhinho, Nick Nicola, Castrinho, Rony Cócegas, Zé Trindade e tive o prazer de ser dirigida por mestres. A TV Excelsior foi a minha escola, éramos uma grande família. Ficamos todos muito tristes com a falência.
Como surgiu a oportunidade de trabalhar na TV Tupi?
Com o fechamento da TV Excelsior, o Paulo Celestino foi primeiro para lá e levou todo o elenco anterior, para nossa alegria. Ele era uma espécie de pai de todos. Lá conheci outro grande diretor o Wilton Franco. E também conheci e trabalhei com os Trapalhões, Terezinha Elisa, Tutuca e muitos outros comediantes.
Na emissora, assim como na Excelsior, você se destaca nos programas humorísticos: “Balança mas não Cai” e até com “Os Trapalhões”. Como era trabalhar com humor?
Trabalhar com humor era ótimo, sempre gostei e tínhamos a liberdade de improvisar, isso sem contar que só de olhar para os comediantes já sentíamos vontade de rir. Os diretores sabiam dirigir e fazer um humor leve e gostoso. E parte disso aprendi com o Manoel de Nóbrega.
Você foi eleita o rosto mais bonito dos humorísticos, foi aí que surgiu a rixa com a atriz Wilza Carla?
Foi. Surgiu a eleição entre os humorísticos da casa que foi organizado entre a parte técnica, maquiadores e a direção. Ganhei e a Wilza Carla que fazia parte do elenco e já era muito conhecida na época, não admitiu perder pois ela ganhava vários concursos. Eu não dei muita importância e ela parou de me provocar nos corredores e nos camarins.
Na TV Tupi a história se repete. A emissora faliu e você vai para a TVS (que mais tarde se chamaria SBT). Na emissora você trabalha no humorístico “Reapertura”. Como foi o período lá?
Foi bom, como em todas as outras emissoras, porque novamente foi o Paulo Celestino que levou todo o elenco que na TV Tupi era chamado “Apertura” e lá foi rebatizado de “Reapertura”. E a família agradecia. Lá conheci outros comediantes maravilhosos. Não tinha como não ser gostoso. Trabalhei com Santa Cruz, Teobaldo, entre outros. Fiquei até o término do programa.
A emissora chegou a te convidar para atuar também nas telenovelas da casa, mas seu marido não permitiu por ciúmes. Ele chegava até a ocultar recados de produtores para você. O que tem a falar a respeito?
Verdade, meu marido era muito ciumento e vivia me pedindo para eu abandonar a carreira, mas eu sempre com muito custo driblava ele e ia levando. A emissora chegou a me convidar para atuar em suas novelas em 1981 eu ainda estava fazendo programa de humor na casa. E a noticia foi divulgada pela imprensa e ele descobriu. Ficaram de ligar em casa para marcarmos os detalhes e falar com o diretor. Mais o tal telefonema nunca chegou, na verdade, ligaram e eu não retornei porque fiquei sabendo muito tarde. Assim como muitos outros convites que chegavam e eu só ia saber quando encontrava os diretores. Perdi vários trabalhos.
Dalma Ribas com wilson Grey
Dalma Ribas com wilson Grey
Entre os anos 70 e inicio dos 80, você atuou em dezenas de fotonovelas das revistas “Amiga”, “Sétimo Céu” e “Carinho”, todas da Editora Bloch. Como era esse trabalho para ti? E a repercussão?
Fiz muitas mesmo e quem me indicou para as fotonovelas foi o Maurício Sherman que sempre teve enorme relacionamento no meio, o diretor de elenco Paulo Alípio perguntou para ele se ele conhecia alguma atriz para indicar e lá fui eu, não parei, fiz várias. Esse trabalho abriu portas para o cinema e também trabalhei com grandes nomes da TV entre eles a Ruthinéia de Moraes, Suely Franco, Rogério Fróes, Thelma Reston, Tião D’Avila e muitos outros. Gostava muito de fazer.
Você posou nua para a revista “Fiesta”, em maio de 1979. Foi capa de várias outras revistas, estampou cartazes de cinema e, quase semanalmente, saia no extinto jornal “Noticias Populares”. Tudo isso por ser linda?
Estampei oito paginas e um pôster lindo da revista Fiesta com fotos de Mário Barata. Eu tinha um jeito que chamava a atenção, não sei explicar. Eu nunca me achei linda, eu era uma mulher vistosa e andava sempre arrumada e sempre tratei todos muito bem. Eu era uma mulher natural, tinha meus encantos. Sempre fui humilde e agradecida com a mídia. E também estava no meu momento, acontecendo e era noticia no meio.
O fotógrafo e jornalista Jotta Santana era um dos grandes responsáveis pelas matérias a meu respeito, saia diariamente nos jornais. Se estampei jornais, revistas foi pelo meu trabalho e, claro, ter um corpo bonito ajudava, principalmente porque na época havia uma exploração pela figura feminina. Mas nunca me preocupei em ser o tipo gostosona e me sentia como qualquer outra atriz. Tempos bons.
Como lidar com tamanha beleza?
Nunca fui pretenciosa a ponto de achar que eu era bela. Sou de uma geração onde as mulheres eram naturais, tinham uma beleza natural. Sempre tirei fotos sem grandes produções ou em estúdios fotográficos, nunca liguei. Tinha simpatia e humildade.
Em 1980, na boate Louvre, você foi eleita musa do cinema nacional, tendo como padrinho o cineasta Agenor Alves. Ao contrario de algumas atrizes, você não se incomoda com esse titulo. Por quê?
Foi uma festa linda. Fiquei honrada, afinal era como se eu tivesse recebendo o Oscar. A boate estava tomada por personalidades, jornalistas, diretores, produtores e artistas. Era um grande acontecimento no cinema nacional e principalmente para as atrizes da época. E eu fui laureada entre as quinze estrelas do cinema nacional que se destacaram na temporada de 1980. Recebi o troféu ao lado de atrizes como Aldine Muller, Zaíra Bueno, Neide Ribeiro, Arlete Moreira e outras grandes atrizes. Esse título foi praticamente a consagração pelo reconhecimento do meu trabalho pelos críticos de cinema. Nunca me incomodou, quando recebi o título eu já era respeitada na TV e não tive que provar que sabia fazer outra coisa e que tinha talento. Por esse motivo não paguei caro pelos papéis sensuais.
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No cinema você estrelou mais de uma dezena de filmes, entretanto, quando se fala das atrizes mais marcantes da Boca do Lixo, seu nome é pouco mencionado. Isso te incomoda?
Estrelei muitos filmes, muito mais do que consta na internet. Eu fazia um filme atrás do outro, às vezes um de dia, um a tarde e outro a noite. Precisava trabalhar, tinha uma filha para criar. Não me incomodo de maneira alguma de ser pouco mencionada, justamente por ser mais velha que as demais, quando elas começaram no cinema da Boca, eu já fazia TV. Elas começaram com vinte anos mais ou menos e eu já tinha trinta. E eu, ao contrário das demais atrizes, atuava no eixo Rio de Janeiro e São Paulo. Eu acho que trabalhei muito mais no Rio. Então é natural isso acontecer. E quando se fala em estrelas marcantes são lembradas somente a Aldine Muller, Helena Ramos, Matilde Mastrangi e Zaira Bueno. E as outras como Zilda Mayo, Neide Ribeiro e Patrícia Scalvi, entre tantas. Talvez também por eu ter chegado na Boca somente em 1980 e lá elas já eram bem conhecidas.
Acredita que está no mesmo patamar de atrizes como Zaira Bueno, Aldine Muller, Helena Ramos, entre outras estrelas?
Acredito sem dúvida. Elas fizeram muitos filmes e eu também, fizeram TV e eu também, fizeram novelas e eu fotonovelas, fizeram minisséries e eu humorísticos, e fizeram teatro e eu também. Posaram nua e eu também. Deixei meu nome no cenário. Estamparam jornais e revistas e eu também. Cada uma aconteceu de uma maneira, mas apareci. Assim como essas atrizes tiveram seu nome estampado no Cine Marabá, meu nome também estava lá.
O que foi a Boca do Lixo pra você?
Foi como na TV. Uma grande família onde nos encontrávamos no Soberano ou nos escritórios dos diretores. Representou meu firmamento no cinema paulista. Nunca tive problemas com ninguém lá e nunca fui desrespeitada também. Era uma grande máquina de fazer cinema, quase sempre artesanal, feito por amor. Lá conheci atores maravilhosos, Zilda Mayo, Claudette Joubert, Satã, João Paulo, Ruy Leal, Heitor Gaiotti, Marthus Mathias, Turíbio Ruiz, entre outros. Conheci diretores excelentes como Francisco Cavalcanti, José Adalto Cardoso, Tony Vieira, Clery Cunha e outros. Foi a continuação do meu aprendizado de atriz.
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Muitas vezes a sua participação em um determinado filme não se restringia a atuação. No filme “Caçadoras de Sexo”, que você estrelou, você também produziu e foi maquiadora. Isso era normal acontecer ou você sempre foi polivalente?
Era normal, as produções eram quase sempre artesanais, então para cortar gastos eu ajudava como podia, eu mesmo levava minha maquiagem e me maquiava e se precisasse fazia nos demais, as vezes já chegava nos set maquiada, usava minhas roupas e comprava, caso o personagem exigisse, e cheguei até muitas vezes a usar meu próprio carro nos filmes. Sempre gostei desse lado também, o trabalho não podia parar.
Eu gostava de desafios. Por isso atuei em áreas opostas no cinema. Levava meus figurinos e acessórios de acordo com as minhas personagens, eu as estudava. Por isso a facilidade de trabalhar como figurinista. Fui assistente de produção porque produzi o filme “Caçadoras de Sexo”. Fiz um pouco de tudo na carreira.
Em “Tem Piranha no Aquário”, o figurino do filme era seu. Como foi executar essa função junto com a atuação?
Foi excelente porque fui convidada pelo diretor e produtor Vital Paulino e Edson Seretti para a função, me senti orgulhosa pela confiança. Sem deixar de lado a atriz, é claro. Dei conta do recado.
No filme “Depravação II”, você atuou e foi assistente de produção. Como surgiu essa oportunidade?
Eu era amiga da atriz Olívia Pineschi, mulher do diretor Élio Vieira de Araújo, fui convidada por ambos e aceitei.
Nunca pensou em dirigir?
Até pensei, mas fiquei um pouco decepcionada com o filme que produzi, o “Caçadoras de Sexo”, fui enganada e perdi dinheiro, enriqueci alguns e nunca vi a cor do dinheiro.
Qual foi o seu grande trabalho como atriz no cinema?
Todos são importantes, mas o filme “As Desquitadas” e “Ivone, a Rainha do Pecado”, foram marcantes. “Ivone” é do diretor Francisco Cavalcanti, foi praticamente meu último filme na Boca do Lixo.
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Qual foi o maior cineasta da sua carreira?
Citar um seria indelicado, mais existiu uma química com outros e você acaba filmando mais de uma fita com eles, caso de Jece Valadão, Élio Vieira de Araújo, Alex Prado e Francisco Cavalcanti. O que não quer dizer que os que eu fiz uma fita não foi bom, foi falta de agenda. Mas tenho respeito e carinho por todos.
Quais atrizes da Boca do Lixo que você chamaria de musa?
Zilda Mayo, Neide Ribeiro, Zaira Bueno e muitas outras.
No cinema você trabalhou com Vera Gimenez, Wilson Grey, Canarinho, Claudete Joubert, Zilda Mayo, Jussara Calmon, Ruy Leal, Vanessa Alves, Zezé Macedo, Eloisa Mafalda, Rubens de Falco, entre muitos outros. Você se considera realizada artisticamente ou ainda falta alguma coisa?
Gostaria de ter feito novelas, minisséries e mais teatro. Trabalhado com mais diretores. Claro que não posso reclamar, fui até onde era para ser. Fiz um nome no cenário artístico e vi resultado do meu trabalho. Sou grata.
Um dos cineastas que você mais trabalhou foi com Francisco Cavalcanti. “O Filho da Prostituta”, “O Cafetão”, “Instrumento da Máfia”, “Ivone a Rainha do Pecado”, “Os Violentadores de Meninas Virgens”; “Padre Pedro e a Revolta das Crianças”, “Que Delicia de Buraco”, “Animais do Sexo”, “Sexo Sexo Sexo”. Podemos dizer que você era a musa do cineasta?
Sim trabalhei muito com ele. Musa eu não diria sinceramente, talvez existisse entre nós um respeito muito grande entre diretor e atriz. E isso foi desde o primeiro trabalho, os filmes dele que eu não fiz foi anterior a 1980. Era muito bom trabalhar com ele, aprendi muito mesmo. Sou agradecida.
Como era a sua relação de trabalho com Francisco Cavalcanti?
Minha relação era das melhores, ele era exigente, mas quase sempre eu gravava minhas cenas já na primeira, eu sabia o que ele queria e a resposta era imediata. Por isso ele contava comigo em praticamente todos seus filmes. Tive o prazer de fazer grandes trabalhos com ele. Deixou saudades. Ele gostava de disciplina no set de filmagens eu respeitava isso.
Você trabalhou em produções cariocas e paulistas. Quais as diferenças e semelhanças que existiam em fazer cinema naquela época nestes dois Estados?
Sinceramente eu não sentia diferença, foi para mim experiências iguais, lá eu fui bem recebida quando comecei a fazer cinema e aqui também. O que muda são diretores e critérios na direção, um trabalhava assim e outro de outro jeito, natural.
Um a um, fale destes filmes:
  • “O Pic-Nic do Sexo” (1983), de Rubens da Silva Prado.
    Eu interpretava uma prostituta. Com o Rubens eu trabalhei em uns quatro filmes dele, gostava dele. Ele gostava de um estilo meio policial, mas fiquei sabendo que as vezes mudava nomes dos filmes. Mas gostei de fazer. O elenco era bem legal para trabalhar.
  • “Tem Piranha no Aquário” (1982), de Vital Paulino Filho.
    Desempenhei duas funções e foi uma experiência muito boa, era uma comédia erótica com Canarinho e Wilson Grey no elenco. Maravilhosos. Eu atuava e cuidava dos figurinos, o diretor Vital Paulino era exigente também, mas nos dávamos bem no trabalho.
  • “O Vale das Taradas” (1984), de Custódio Gomes.
    Foi um filme do amigo e diretor Custódio Gomes, com produção do Fauzi Mansur. Gostei muito de trabalhar com ele.
Como analisa a chega do sexo explícito na Boca do Lixo?
Deprimente! Foi o fim de tudo e acabou com o cinema da Boca do Lixo. Não critico quem fez, fiz muitas mulheres fáceis no cinema, mas sexo explícito eu não fiz, cheguei a perder trabalhos por me recusar a fazer. Nunca soube que algum diretor tenha enxertado cenas de sexo explíco nas minhas cenas, muitos filmes que fiz EU não vi. Espero que não. Praticamente todo mundo foi se afastando da Boca do Lixo. Eu também já estava me afastando da profissão.
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Do que sente mais saudade na Rua do Triunfo?
Sinto falta dos amigos técnicos, produtores, diretores e artistas. Fiz grandes amigos, Das conversas no bar Soberano onde todos se encontravam, do clima de euforia, do corre-corre, porque era uma efervescência. Do sexo simulado, fingido. O sonho acabou.

Depoimentos sobre a atriz Dalma Ribas

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